O Hábito de Rotular o Outro
Cada um precisa olhar para a sua história, e ao olhar com atenção talvez possa perceber que foi alvo de preconceito
Rótulos são uma forma de comunicar uma suposição, uma forma de se promover o conteúdo ao qual o rótulo está atrelado. Isso pode funcionar para um produto determinado, uma comunicação do interno para o externo. Por outro lado, não funciona com pessoas, que não são um produto e por isso não podem ser rotulados. Contudo, teimamos em fazer: Mulher, branco, negro, alto, baixo, magro, gordo, homossexual, classe A, B ou C, separado, divorciado, mãe solteira, católico, evangélico ou judeu, desempregado, de esquerda, de direita, boa gente, de caráter duvidoso, muito jovem para isso, muito velho para aquilo. Os rótulos se multiplicam às centenas, por certo um mosaico humano, você me rotula, eu te rotulo, nos rotulamos sem muito pensar, nos rotulamos sem nos conhecer.
Porque precisamos fazer isso? Porque temos tanta dificuldade em aceitar o diferente? Que prazer mórbido é esse que sentimos ao rotular, ao dizer que o outro é menos e que por conseguinte somos mais? Cada um precisa olhar para a sua história, e ao olhar com atenção talvez possa perceber que foi alvo de preconceito, não importa sua raça, sua cor, condição social, sexual, sua religião, todos fomos alvo, todos somos alvos, por outro lado somos armas prontas para atiram, armas disparadas a queima roupa. Uma batalha alimentada no dia a dia, uma guerra sem fim.
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Por certo estamos todos no mesmo mar de lama, um acusando o outro de estar sujo de uma forma pior, menos honrosa, uma forma diferente e por isso ruim, menos descente. Um a jogar lama no outro e a sujar-se no processo. Por certo não há espelhos nesse lamaçal, apenas olhos acusadores, olhos que enxergam apenas o outro, a sujeira alheia. A veemência nas palavras, nos gestos, nas atitudes, uma agressividade animalesca. Que imagem mais degradante de um ser humano que diz: “pense como eu ou não será digno do meu respeito”; “aja como eu ou não poderá sentar-se à minha mesa”; “seja como eu ou te destruirei”. Por que essa necessidade de que todos precisam ser iguais, iguais a você, iguais a mim?
Não temos o mesmo vigor para reconhecer nossas próprias imperfeições, nossa pequenez, nossa condição de humanos, e simplesmente humanos. Por que é isso o que resta quando se arranca o rótulo, um ser humano. E é tudo o que você pode ser, é tudo o que pode esperar do outro. Somos todos iguais no aspecto humano, somos todos diferentes em inúmeros outros aspectos e tudo bem. Que bom que você é diferente, que somos diferentes, nem melhor, nem pior, nem menos valoroso, nem mais, nem menos importante, nem mais. A diversidade nos torna únicos, a similaridade faz de você apenas mais um. Portanto, valorize o que é único no outro para que o que é único em você também tenha valor. Porque quando você tenta destruir o diferente no outro, tudo o que consegue é destruir o que é igual entre você e ele: a humanidade.
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