O empreendedor precisa ser focado, ao mesmo tempo em que precisa ser desfocado…

A biblioteca do conhecimento humano está cada vez mais abarrotada. O  conhecimento é produzido de forma frenética e abundante. Há uma diferença gritante entre o conhecimento que tínhamos há 100 anos atrás e agora. No entanto, tivemos grandes empreendedores nos últimos 100 anos da mesma forma que temos hoje. E por certo foram tão inovadores para sua época como os empreendedores atuais são para o presente. Mesmo com uma disponibilidade de conhecimento bem diferente, isso não é determinante para o sucesso. O que nos leva a pensar que não é o que está fora que importa, pois o que está fora todos têm acesso, o que importa mesmo é o que está dentro, o que o empreendedor consegue absorver do externo como faz a interação com o mundo interno criando algo único.

A forma como o empreendedor impacta o externo tem total relação com a forma como ele consegue adaptar ao mundo o que se passa em sua mente, é isso o que faz toda a diferença. É a sua capacidade de transferir ideias e conhecimentos para o mundo real, integrar, e novamente alimentar o ciclo ad eternum. Sua capacidade de execução será constantemente testada, pois você pode não ter controle do externo, mas na medida em que domina a si mesmo e domina o conhecimento, consegue surfar com mais facilidade pelas mutações do externo. E isso aumenta suas chances de construir negócios que realmente tenham valor para o cliente.

Você precisa fragmentar sua energia no máximo de capilaridade possível, para que possa experimentar frações de inúmeros pequenos mundos.

Uma empresa precisa de clientes e eles são um misto de inúmeros pontos de vista, com tantas e diferentes visões que é preciso se espalhar bastante para ter uma certa compreensão. Com isso, o empreendedor precisa ser focado, ao mesmo tempo em que precisa ser desfocado. O foco é necessário dentro de uma área específica, dentro do conhecimento necessário para que seu negócio entregue o que promete. É preciso realizar um mergulho profundo nesse mundo, saber o máximo possível de tudo o que diz respeito a essa fatia do conhecimento. E apenas o mergulho é capaz de te dar isso.

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Ao mesmo tempo, sua atenção precisa espalhar-se. Precisa buscar inúmeras referências, pesquisar em diferentes fontes, sair da zona de conforto, da zona conhecida e surfar em novas ondas, em mares desconhecidos. Você precisa fragmentar sua energia no máximo de capilaridade possível, para que possa experimentar frações de inúmeros pequenos mundos. São pequenos e rápidos mergulhos, e sempre será possível retornar com algo, e de posse dessa colheita, poder adicionar ao core principal do negócio. Isso é extremamente enriquecedor. Pois fazendo desta forma, se consegue entender mais mentes, mais estilos de vida, mais crenças, mais valores. Com isso se consegue sair da própria mente, do próprio negócio e conectar-se com um mundo de diferentes possibilidades.

Pensamentos Convergente e Divergente

O empreendedor precisa trafegar por diferentes vias, precisa manter-se em seu centro, por certo, ter uma residência fixa de um conhecimento, mas não pode deixar de fazer viagens e nesses passeios fazer colheita de ideias, de novas experiências, precisa identificar diferentes opções, juntar pontos, o que significa alimentar um pensamento divergente, um pensamento que busca néctar em diferentes plantas. Porque tudo isso alimenta sua criatividade, abre o leque de alternativas para que possa acumular conteúdos e em algum momento fazer escolhas.

E é nessa volta para casa que ele precisa do pensamento convergente, o empreendedor precisa fazer uma seleção, uma análise de tudo o que foi colhido e ter a coragem, a lucidez de colocar de lado inúmeras ideias que acha ótimas, que podem ser muito boas, mas que precisam ser descartadas. O empreendedor precisará matar inúmeras ideias e fazer escolhas. E quanto mais noção ele tiver do seu negócio, do mundo ao seu redor e do cliente, terá mais subsídios para fazer a melhor escolha e então apostar nela. Ambos os pensamentos precisam coexistir na mente do empreendedor, ambos se complementam e juntos criam uma chance maior de algo dar certo.

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Para se transformar em um empreendedor híbrido, é preciso ir além dos seus próprios limites, é preciso quebrá-los o tempo todo. É preciso desafiar a si mesmo, desafiar o lugar onde está, desafiar os pensamentos que tem, os sentimentos que sente. Desafiar a ideia que acabou de ter, o comportamento que teve. É preciso desafiar cada passo que dá, cada escolha que faz, cada decisão que toma. A inovação não está no lugar comum, não está na direção que todos olham, não está no prêmio que todos recebem.

A inovação está no lugar menos óbvio, no lugar onde ninguém procura, onde ninguém vai. E no entanto, ela está em todos os lugares, está em você, está fora de você. Está em todos os lugares que você já esteve e estará. Porque a inovação não é algo específico, é tão simplesmente uma forma de enxergar. É tempo de oferecer aos seus olhos novas formas de olhar, oferecer liberdade, ousadia e coragem. Leve seus olhos para dar uma volta ao mundo e dê a eles carta branca, talvez se surpreenda com tudo o que será capaz de ver. Depois volte para casa e torne-se o empreendedor que deseja ser, com toda a profundidade possível.

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