A Banalização dos Sentimentos
É preciso revisitar ou mesmo visitar os seus princípios e crenças…
Por vezes estamos tão dissociados de nossos sentimentos, a ponto de serem banalizados por nós mesmos. Tantas coisas que deveriam, já não comovem mais. Tantas que deveriam, já não nos fazem refletir, já não nos fazem chorar, já não nos deixam felizes. Quem sabe isso não seja consequência da “robotização” humana. As pessoas não têm mais tempo para pensarem em si e para si. Devemos sempre estar superando expectativas que não são nossas e sim de outros.
A dissociação é tamanha que nossos sentimentos parecem ser enviados via e-mail. É como se as pessoas possuíssem um aparelho que mostra informações sobre sua alma. Uma “máquina identificadora de sentimentos”, que dependendo da situação avisa qual deverá ser o sentimento a ser sentido. O indivíduo tem uma vaga ideia do que está sentindo, das remoções que está passando pela sua mente e seu corpo.
É a banalização de nossos próprios sentimentos, de achar cada vez mais normal, coisas cada vez mais absurdas. O pior é que aceitamos tudo isso e muitas vezes sem perceber. A sociedade que é feita por cidadãos, cria suas próprias banalizações que são assimiladas e incorporadas pela maioria, pois faz cada vez mais parte do nosso cotidiano. Além disso, existe a massificação da banalização através dos meios de comunicação, dos quais somos bombardeados cotidianamente.
Como chegamos a esse ponto de nos tornamos “máquinas humanas”, desprovidas de sentimentos, máquinas humanas que não são nada além do trabalho que efetuam? Máquinas humanas cujo sobrenome é o nome da empresa onde trabalham. E qual será o sobrenome quando este indivíduo se aposentar? Pessoas que dedicam décadas de suas vidas em prol do outro, vivendo para o outro sem preocupações e anseios próprios. Pessoas que sacrificam o presente em prol de um futuro que nem sempre chega. E mesmo que o futuro chegue, não sabem o que fazer, pois já não são mais o que eram, e não se preocuparam em ser diferentes.
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Pessoas que viveram e vivem de esperanças, de esperas que nunca chegam, desta forma não viveram, esperaram viver! É preciso viver, fazer e agir no presente, no agora. Viver as experiências que dependem mais de si, então terá mais controle sobre seus sentimentos e atos. O outro deve fazer parte das suas realizações e de sua felicidade, mas não deve depender só dele. Como chegar a autoconsciência se o ser humano não pensa em si mesmo? Como chegar à autoconsciência para aquelas pessoas cujos os próprios afetos já não mais o afetam? Cujas emoções já não mais as comovem?
A mudança deverá começar por cada um de nós, a mudança antes deve ser interna, dentro de cada um. É necessário uma reconstrução e reavaliação interna. É preciso revisitar ou mesmo visitar os seus princípios e crenças. É necessário reavaliar argumentos. É preciso criar novas possibilidades, permitir-se ter novas escolhas. A mudança e a autoconsciência não estão fora e sim dentro de cada um e descobri-las é essencial para vivermos com mais lucidez, plenitude de espírito, com mais alegria e felicidade, aprendendo a curtir a vida com mais intensidade.
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