Educar é ensinar que na vida existem regras que devem ser seguidas…

Desde o momento em que nascemos, o mundo nos é apresentado. O Homem não nasce pronto, não tem caráter ou virtudes, nasce com potencial, capaz de construir-se a si mesmo. A partir do nascimento, dia após dia começamos a conhecer realidades diferentes, em principio tudo é novidade, depois chegam as aprendizagens vindas das repetições diárias, mais tarde virá o pensamento concreto e abstrato, uma das possibilidades de liberdade humana. Este potencial com que nascemos, poderá ser melhor ou precariamente utilizado, dependerá das pessoas que educarem esta criança, das pessoas que farão dele um homem ou uma mulher. Na maioria das vezes este é o papel reservado aos nossos pais, e a forma com que eles nos ensinam, foi assim aprendida através dos nossos avós e assim sucessivamente. Cada um deles fazendo o máximo que podia, dentro das suas possibilidades e limitações.

A pergunta é: qual é a melhor forma de educar?  Quais os recursos iniciais necessários para uma boa educação? Quando um homem ou uma mulher estão preparados para educar um filho? Será possível um pai sem virtudes ensinar virtudes ao seu filho? Será possível uma mãe que não ama o marido, ensinar o filho a amar? Será possível um homem sozinho ou uma mulher sozinha ensinar o que é ser homem e o que é ser mulher na sociedade e na vida?

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Algumas possibilidades conceituais de educação: A educação é formar o homem moral e amoral, para assim ter noção de certo e errado, dentro dos seus princípios e da sociedade. Educar é ensinar o ser humano a pensar, para depois educar-se a si mesmo, para depois pensar no que pensou e agir segundo esses pensamentos. Educar é ensinar que na vida existem regras que devem ser seguidas, para que depois ele mesmo possa criar suas regras e viver segundo elas. Educar é impor limites, para aprender que na vida nem tudo é possível. Ao mesmo tempo aprender que limites podem ser ultrapassados, quando os conhecemos.

Educar é tornar o ser humano dependente a principio, para depois por ele mesmo, tornar-se independente. Educar é promover aprendizagens que usem de todos os sentidos, que façam a criança experienciar cada palavra que lhe é dita, cada expressão que lhe é mostrada. Entretanto, vemos perfiladas inúmeras teorias, e cada uma demonstra ser a melhor para educar. Poucas preocupam-se com o ser humano enquanto indivíduo. Pouco se vê nas inúmeras conjecturas intelectualizadas sobre os conteúdos humanos, sobre como tornar-se humano. A maioria prefere robotizar, produzindo seres humanos em série e que saibam trabalhar para a manutenção do modelo vigente.

Na possibilidade da vida, o ser humano precisa de pessoas que assim o tornem, precisa de pessoas que o amem, de pessoas que lhe deem carinho, que cuidem para que sua existência seja longa, saudável e virtuosa. Somente a partir do momento em que o indivíduo receber amor, é que aprenderá a amar e internalizar esse sentimento, e assim, amar e ensinar o outro a amar. Essa capacidade em seu gesto mais sublime e puro, requer convivência, requer experiência, anos de espera e às vezes de sofrimento. Tudo isso para que se tenha a posse do amor e assim distribuí-lo em suas infinitas possibilidades.

Viver, assim como amar é uma arte, e fazer arte é buscar a essência escondida em cada ser, em cada objeto, em cada ato. Viver com arte é buscar a essência da vida, a essência da felicidade. Porém essência requer profundidade, e para a maioria a profundidade incomoda, dá trabalho, ocupa tempo, é necessário reflexão. Quantos se dedicam a buscar a profundidade em suas vidas? A profundidade nos relacionamentos, no que dizem, no que fazem? Quantos são aqueles que preferem a superficialidade pois é mais fácil. É mais cômodo e menos arriscado. Será mais fácil parecer viver do que realmente viver? Quando foi que deixamos de ser para apenas aparentar? Cada um vive porque assim aprendeu a viver.

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