Relacionamento Homem x Mulher | Entrevista com Dr. Odair Comin
Entrevista sobre o relacionamento entre Homens e Mulheres com o *Dr. Odair J. Comin concedida ao Jornal de Piracicaba para o jornalista Rubens Vitti Junior.
1. Por que o homem geralmente é taxado como irresponsável ou menos provável de conseguir ficar em um relacionamento estável do que a mulher?
OJC: Se pensarmos apenas no sentido instintual, no que diz respeito a orientação erótica, enquanto a mulher prima pelo contínuo, o homem prima pelo descontínuo. Ou seja, depois do sexo, o homem deseja outras coisas, por vezes nem mesmo quer estar com aquela mulher. Quer ir em busca de novas aventuras, seduzir outras mulheres, plantar o maior números de genes. Já a mulher prefere a segurança e faz o possível para que aquele homem continue a desejando.
Talvez não seja uma questão de irresponsabilidade, mas muito mais de natureza do homem. Contudo, tal comportamento sofre mudanças na medida em que está inserido numa sociedade com conceitos morais, éticos, com regras e deveres. Dependerá também dos objetivos que estabelecer para sua vida.
2. Em que momento da vida o homem acaba procurando algo mais sério? Como isso geralmente acontece?
OJC: Isso é bastante relativo, todavia, normalmente isso ocorrerá num momento de estabilidade, quando já se firmou na profissão e seu apetite para aventuras diminui. Então ele quer ter um lugar para voltar, alguém com quem compartilhar e claro a perpetuação por meio dos filhos. Ao mesmo tempo, com a idade há uma cobrança social para o casamento.
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3. Uma pesquisa feita por um site de relacionamento conta que os papéis estão se invertendo. Ela mostra que 67% dos homens querem ter filhos, contra 43% das mulheres; 16% deles e 32% delas não querem ter. O que você pode analisar sobre isso?
OJC: Com a ascensão da mulher no mercado de trabalho, elas veem seu tempo diminuir drasticamente. Estão muito focadas em suas profissões, pois querem manter-se independentes. A vinda de filhos coloca um divisor, e por vezes elas tem de escolher entre profissão e filhos ou mesmo acumular as funções. Isso por vezes acaba por anular a função mulher, sem ter tempo para cuidar de si mesma. Parece que o preço a pagar se torna alto demais, pois o comprometimento é maior, em relação ao homem.
Por outro lado, culturalmente, o papel de pai não altera muito sua rotina, ele continua em sua profissão, por vezes nem participa muito dos cuidados com o filho e mesmo na educação. Acredito que não é o fato de ter elevado o número de homens que querem ser pais, mas sim diminuído o número de mulheres que querem ser mães.
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4. E as mulheres que hoje querem mais independência, ficando longe dos compromissos? O que elas querem? Por que existe essa inversão?
OJC: Elas querem viver. Talvez estejam cansadas de ser a “segunda”, elas querem ser amadas como sempre quiseram, mas cansaram de esperar. Não querem ser simplesmente esposas e mães, querem ser mulheres, profissionais, amigas, querem usufruir da vida, o que há algum tempo lhes era negado. A profissão acaba por ser uma válvula de escape pra fugir da submissão, da monotonia, das obrigações. Não acredito que elas não queiram compromisso, elas querem, mas também querem alguém compromissado com elas. Querem alguém para somar: meu trabalho com o seu trabalho, minhas obrigações com suas obrigações, minha felicidade com a sua.
Também não acredito que “inversão” seja uma boa palavra para definir essa nova mulher. O homem continua no seu papel, e precisa adaptar-se a esses novos tempos. Contudo, a mulher está conquistando o seu verdadeiro papel agora. Ela não é o inverso de algo, apenas está florescendo e mostrando de tudo o que é capaz. Se falarmos em inversão, é como dizer que uma laranjeira agora resolveu frutificar morangos. Não, ela é o que sempre foi, mas até então não era reconhecida, não era aplaudida, não era valorizada por seu papel. Estamos testemunhando o esplendor da mulher, e que belo é.
*Dr. Odair J. Comin
Psicólogo Clínico, Especialista em
Hipnoterapia e Escritor.
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