A palavra paixão vem do grego pathos, a mesma raiz etimológica de patologia, ou seja, doença, da mesma forma compaixão. Para os gregos, quando alguém estava apaixonado, era porque estava afetado pelo deus Pathos. Por consequência, não respondia por seus atos, ou não estava sob o julgo da razão, a emoção comanda. Paixão, contudo, tem a ver com sofrimento, além da cegueira parcial, ao direcionar a atenção para algo específico, sem se ater ao todo.
O que é a Compaixão?
Compaixão portanto, é estar numa relação de paixão com outrem, sofrer com alguém. Os limites desta postura, é bastante tênue, no que diz respeito a ser uma virtude ou vício. Todavia, com diferenças marcantes. Na maioria dos casos, a compaixão é exercida como vício, mas para o senso comum, é vista como virtude. O que por vezes é mais danoso, haja visto, fazer o mal, e achar que faz o bem. As pessoas acabam por valorizar, quando você sofre junto com o outro. Talvez por influencia cultural de que o sofrimento nos “eleva”, nos “salva”. Talvez um certo sadismo. A bem da verdade, é que tal comportamento foge à virtude e incorre no vício.
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Quando você sofre junto com o outro, acaba por se somar ao doente. Qual é o benefício de tal comportamento? Basta eu sofrer com o outro e minha parte está feita, ledo engano. Passividade é o oposto da virtude, virtude tem relação com atitude. Mesmo que sofra – por vontade própria, diga-se de passagem, é a postura mais fácil, exime-se de responsabilidades e sai com a alma lavada, sem máculas, nem culpas. Não há benefícios, pois o outro continuará no mesmo lugar. Uma encenação digna das tragédias gregas ou shakespearianas.
Compaixão como Virtude
O que tornaria então, a compaixão uma virtude. Atitude, esforço, coragem pois. Entrar no mundo daquele que sofre é permitido, todavia, uma entrada estratégica, bem pensada. O objetivo é entender o outro, como ele pensa, entender o modelo de mundo atual, compreender o contexto, as razões, as escolhas que fez para estar onde está. De posse dessas informações e de outras que achar conveniente, sair e voltar para o seu mundo sadio. Como vê, virtude requer esforço, e nem sempre o caminho mais fácil, mas certamente o melhor a se fazer.
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Na medida em que se está de volta no seu mundo, usar as informações colhidas a favor do outro. Construir um caminho para que ele, com suas próprias forças levante e ponha-se a andar, conduzindo-se para um lugar saudável. Um lugar em que possa enxergar alternativas, fazer novas escolhas, ter novos pensamentos, empreender novas ações. Enfim, viver melhor. Sim, ser virtuoso requer esforço, mas que belo caminho para se trilhar.
Odair J. Comin
Psicólogo Clínico, Especialista em
Hipnoterapia e Escritor.
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