Saiba como ocorre a hipnose
Técnica leva a um estado modificado de consciência
Por Jaqueline Sordi
Conforme o psicólogo clínico José Guilherme Weinstock, do grupo Central da Dor do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, os pacientes, quando hipnotizados, entram em uma espécie de transe, mas não ficam adormecidos como alguns imaginam. Eles atingem um estado de alta concentração, capaz de desviar a atenção somente para aquilo que o especialista indica. Leia também: Hipnose ganha espaço em consultórios e hospitais Especialistas divergem sobre aplicação da hipnose
— A hipnose é um estado de consciência alterado diferente daquele que consideramos ser o estado de vigília. É provocado artificialmente, e o indivíduo é capaz de obedecer a sugestões feitas pelo hipnotizador, que podem provocar alterações nas sensações e nos movimentos — explica Weinstock.
As fases da técnica
Saiba como a hipnose leva a um estado modificado de consciência
- Relaxamento: O paciente experimenta um relaxamento muscular induzido por ações e estímulos do hipnotizador. Ele começa a mudar o ritmo respiratório e se sente mais tranquilo.
- Transe leve: Estado de menor resistência, no qual o paciente fica mais suscetível às sugestões do hipnotizador. A respiração fica mais ampla e profunda, e especula-se que ocorra a diminuição da atividade de áreas cerebrais ligadas à razão, e aumento daquelas ligadas a emoções e à memória.
- Transe moderado : É um estágio importante para o tratamento, por exemplo, de fobias. O paciente pode trazer à tona sentimentos e memórias a partir da sugestão do hipnotizador, que emergem para a consciência.
- Transe profundo: Apenas de 5% a 10% da população consegue alcançar este estágio. Nele, o paciente pode abrir os olhos sem despertar, sofrer amnésia, ser induzido à anestesia pós-hipnótica e até mesmo sofrer alucinações positivas ou negativas.
Não é para todos
A hipnose não funciona para todo mundo. Estima-se que 90% da população mundial seja hipnotizável em algum grau, e especula-se que isso seja determinado por diferenças estruturais no cérebro. Conforme o psicólogo americano Michael Nash, a suscetibilidade à hipnose pode ser obra da seleção natural. Aqueles que tinham mais capacidade de suportar dores intensas foram melhor sucedidos evolutivamente. Atualmente, existem escalas para medir a suscetibilidade de um indivíduo à hipnose, e elas costumam ser aplicadas para definir se o método trará benefícios ao paciente ou não.
Reações do cérebro
Uma pesquisa do Centro de Medicina Integrada da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, mostrou que o funcionamento do cérebro sofre modificações durante o transe hipnótico. No experimento, voluntários foram expostos a figuras em tons de cinza. Após serem hipnotizados, eram instruídos a enxergar cores nas ilustrações, e passavam a afirmar que viam imagens coloridas. Exames de tomografia realizados durante o procedimento apontaram que as regiões do cérebro diretamente ligadas à percepção de cor foram ativadas. Quando o oposto foi realizado — imagens coloridas foram mostradas com a sugestão de enxergar em tons de cinza — essas regiões ficaram menos ativas.
Fonte: Zero Hora
Matéria original: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/03/saiba-como—a-hipnose-4722777.html
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Inteligência Emocional — Entrevista com Dr. Odair Comin
Inteligência Emocional
Entrevista à Juliany Bernardo
1. O que é inteligência emocional?
- A inteligência emocional é o equilíbrio que se estabelece com os diferentes sentimentos humanos e como eles interagem tanto no mundo interno como no mundo externo. Diz respeito às emoções como virtudes, emoções que trilham um caminho do meio, que se prestam a harmonizar o mundo interno. E quando elas são expressadas na relação com o outro e com o mundo, devem ser construtivas. A inteligência emocional é a habilidade de utilizar as emoções em favor de si, em favor de um bem viver.
2. Como ela pode ser trabalhada a favor das mulheres?
- Temos no senso comum que a mulher vive mais intensamente suas emoções. A mulher tende a ser mais permissiva com suas emoções, ela deixa aflorar com mais facilidade. E isso é muito bom, pois acaba por criar uma conexão muito mais forte com o objeto de sua emoção. A emoção é combustível, é energia, e para ter um melhor aproveitamento dessa força é preciso que a razão esteja no comando. É a junção da emoção com a razão que torna a emoção inteligente.
A partir do momento em que se desenvolve a inteligência emocional, pode-se com isso, aprender a usar em favor próprio. Para tanto, é necessário autoconhecimento e aprender a identificar como cada emoção interage com você e que tipo de influência ela tem sobre você e cada situação.
3. Carreira e maternidade, reuniões importantes no trabalho, problemas no casamento e problemas em família podem ser temas muito estressantes. Quais as dicas para que as mulheres utilizem a inteligência emocional para lidar com cada um desses tópicos (o senhor pode listar e falar sobre cada um individualmente)?
- Carreira e maternidade: A dupla jornada sempre foi algo familiar para as mulheres, e por certo elas conduziram isso com excelência. Contudo, as exigências são cada vez maiores. Não basta ser apenas mãe, ela precisa ser uma supermãe; não basta ser profissional, precisar se superar o tempo todo. Com tais demandas, a inteligência emocional é necessária para buscar um equilíbrio entre os dois papéis. Sendo que as vezes ela precisa priorizar um ou outro. E neste momento, a sensação de culpa pode surgir. Ela precisa então confiar em seu próprio discernimento e intuição, buscar fazer o seu melhor e o que é possível nos diferentes papéis em cada momento. Olhar mais para a realidade individual e menos para as concepções sociais.
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Casamento e família: ser mãe e ser esposa são dois papéis diferentes e nenhum pode suplantar o outro. Ambos precisam coexistir para que essa dualidade torne-se saudável. Isso precisa estar bastante claro para a mulher. A inteligência emocional irá ajuda-la a ter o discernimento necessário para que avalie cada situação. E possa assim, fazer escolhas que levem em consideração os dois aspectos.
4. Quais os principais erros das mulheres quando lidam com sua inteligência emocional?
Como corrigi-los?
* Acreditar que os sentimentos bastam: É importante que a mulher aprenda a utilizar sua razão. Com isso poderá ponderar melhor cada situação e tomar decisões mais assertivas.
* Tornar-se refém de uma emoção: Emoções como medo ou ciúme, facilmente fazem reféns. Isso enfraquece a mulher, dando a impressão de incapacidade e desvalorizando seu papel. É necessário buscar formas para lidar com tais sentimentos, e superá-los. Lucidez e coragem se fazem necessário. Portanto, busque sempre o antídoto para a sua emoção, quando ela te limita. E busque colocar em prática.
* Achar que não é capaz de controlar suas emoções: A mulher tem toda a capacidade de lidar com suas emoções. Contudo, em muitas situações a sociedade vende a ideia de que ela não é capaz. E por vezes, a mulher acredita em tal paradigma. Acreditar em algo é o primeiro passo para tornar-se realidade. Coloque como meta acreditar apenas em coisas que te fazem bem, que te fazem evoluir. E assim será.
* Desproteção de suas emoções: Normalmente a mulher não é ensinada a lidar com suas emoções nos diferentes ambientes, e principalmente no trabalho. O que acaba tornando-a um alvo. É preciso aprender a separar, e ter claro o lugar da mulher e da profissional. As emoções no ambiente de trabalho devem ser usadas se realmente forem úteis, do contrário, devem ficar protegidas em seu universo interior. Não há necessidade de se expor, pois normalmente essa exposição será utilizada contra você em algum momento. O ser humano por natureza busca se sobrepor ao outro, ter o poder sobre o outro. E uma das formas é por meio do jogo com as emoções.
5. Quais as dicas gerais para viver bem com suas emoções?
* Leia Filosofia, é uma forma de conhecer melhor o significado de cada emoção e como elas se manifestam em você;
* Na medida em que você percebe uma emoção em curso, tente apropriar-se dela buscando entende-la em suas razões;
* Não tente evitar uma emoção, por mais que ela te cause mal. Tente entende-la, e assim poderá controlá-la;
* Não tente maquiar uma emoção em si, só porque ela é “mau vista”. Aceite-a, torne-se amiga desta emoção. Equivale a máxima de manter seu inimigo por perto, assim observará toda a movimentação e poderá se antecipar à sua ação;
* Não se culpe por sentir esta ou aquela emoção. Pois somos passível de sentir todas elas, e tudo bem.
6. Deseja acrescentar alguma informação?
- As emoções estão presentes o tempo todo em nossas vidas. Aprender a lidar com elas é condição para o bem viver. Com isso, faz-se necessário o autoconhecimento e a autorevisão constantes. Busque sempre se conhecer sob os diferentes aspectos e frente aos diferentes papéis que desempenha, seja na vida privada ou profissional. Para ser excelente e evoluir em qualquer circunstância, o bom uso das emoções tornará o caminho muito mais fácil. É pré-condição para alcançar seus objetivos e sonhos. Apenas o conhecimento profundo das emoções e como elas interagem especificamente dentro de você, é que poderá torná-la dona de si mesma e de suas emoções.
Odair J. Comin
Psicólogo Clínico, Hipnoterapeuta e Escritor
Autor do livro “Mestre das Emoções”.
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Hipnoterapia: um contributo para a saúde e bem estar
Por Rosário Vilardebó
Hipnoterapia quer dizer “terapia feita sob hipnose”. E afinal o que é a hipnose? É um estado de consciência alterado em que a nossa mente entra, várias vezes ao dia. Quando a nossa atenção está tão focada num livro que lemos e nos dissociamos completamente da realidade. Quando conduzimos o nosso automóvel e, absortos em pensamentos, chegamos ao nosso destino sem nos recordarmos do caminho que fizemos. Esquecemo-nos do que nos rodeia, deixamos de sentir o corpo, numa palavra, entramos num estado dissociado de atenção.
Veja Também: A Hipnose Clínica trabalha a mente para emagrecer o seu corpo | Emagreça com Hipnoterapia…
É o que se passa quando usamos a hipnose em terapia. Com uma voz calma e tranquila, conduzimos uma pessoa através de um relaxamento progressivo do corpo, convidando-a a esquecer os seus problemas, e levando-a a experimentar um estado de bem estar e de segurança muito grande. O foco de atenção vira-se para o interior, distanciando-se do exterior. Durante este processo a mente racional e analítica “sai de cena” e a pessoa fica mais receptiva e sugestionável às sugestões que são dadas pelo hipnoterapeuta. No entanto, nunca perde o controlo do que diz ou faz. Está sempre desperta e lembra-se de tudo o que se passa durante a sessão.
Ao passar por esta experiência, a pessoa pode (e deve) aprender a percorrer este caminho sozinha. Através da Auto Hipnose, um exercício simples, a pessoa pode entrar neste estado de relaxamento e concentração para trabalhar as suas auto sugestões.
Veja o Vídeo: A Hipnose e a evolução exponencial da mente...
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De que forma é que a hipnose é benéfica para a nossa saúde e bem estar? Só o fato de relaxar é altamente benéfico. Quanta vezes relaxamos durante o dia?
O fato de nos permitirmos “esquecer” durante uns minutos tudo o que nos perturba, entrando num estado de calma e harmonia interior, traz-nos a sensação de umas pequenas férias. Distanciamo-nos do que nos desgasta e recuperamos a energia e a paz interior.
Fonte: Hipnose.net
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O que é Isso da Hipnose?
Por Rosário Vilardebó
Se um jovem me perguntasse: “O que é isso da hipnose?” penso que teria uma certa facilidade em responder. O meu dia a dia é passado entre jovens e adolescentes – os meus filhos e sobrinhos – pelo que estou bastante habituada a explicar o que faço e de que forma utilizo esta técnica para ajudar as pessoas em geral.
Veja Também: A Hipnoterapia te ajuda a superar a Síndrome do Pânico, tendo uma vida mais saudável e equilibrada…
A hipnose é um estado da mente, no qual entramos de uma forma natural. Quando estamos a ver televisão, tão concentrados que quando nos chamam nem sequer ouvimos; ou quando estamos a ler um livro completamente embrenhados na história que nem damos conta do que se passa à nossa volta; ou ainda quando guiamos o nosso automóvel por uma estrada conhecida, totalmente absorvidos em pensamentos, de tal forma que chegamos ao nosso destino sem nos lembrarmos do percurso feito. Estes são estados de hipnose acordada, todos caracterizados por um estado de atenção tão concentrada em qualquer coisa que estamos a fazer, ler ou pensar, que nos dissociamos da realidade exterior. Há quem diga que uma pessoa assim está “na lua”.
A verdade é que neste estado as pessoas ficam mais sugestionáveis, mais disponíveis e mais receptivas. Desta forma, e depois de muitas décadas (ou mesmo séculos) de estudos científicos, foi verificado que este estado de hipnose podia ser utilizado terapeuticamente, ajudando as pessoas a alcançarem mudanças nas suas vidas. Chama-se a isto Hipnoterapia.
Veja o Vídeo: Veja como acontecem os processos cerebrais durante a hipnose clínica...
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A hipnose agindo em várias áreas
A intervenção da hipnoterapia pode ser feita em várias áreas, todas relacionadas com a ansiedade: Ansiedade de desempenho – apresentar um trabalho na aula ou fazer um exame oral; Fobias – um medo irracional de cães, aranhas, de andar de avião, ou de agulhas; Dificuldades de concentração no estudo, de organização e gestão do tempo; Problemas de auto estima e de auto confiança; Gestão da ansiedade e do stress; Dificuldades nos relacionamentos com os Pais, os colegas, os Professores. Mas a parte mais importante deste pequeno artigo é de explicar como e porque é que esta técnica é tão eficaz. Quando se induz terapeuticamente este estado de hipnose, a pessoa fica muito calma, muito relaxada, de tal forma que pode parecer estar a dormir. Mas a verdade é que está bem desperta. A mente está vigilante e atenta.
O hipnoterapeuta vai sempre falando com o sujeito hipnotizado que, estando bem receptivo, vai aceitar as suas diretivas e as suas sugestões. É importante esclarecer que a pessoa está sempre em controlo de tudo o que se passa. Só diz o que quer, só faz o que quer e só aceita as sugestões que fazem sentido para a sua vida. Penso que é importante explicar que, para se conseguir levar uma pessoa a este estado há que, primeiramente, estabelecer uma relação de confiança com o sujeito. No fundo há que explicar claramente o que é a hipnose (exatamente o que estou a fazer aqui), esclarecer todas as dúvidas, desmistificar este tema, e depois levar a pessoa a aumentar a sua curiosidade e entusiasmo sobre os resultados desta terapia. Somente desta forma o terreno estará bem preparado para receber as sugestões pretendidas.
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E que sugestões são estas? Uma pessoa vem ver um hipnoterapeuta porque tem uma dificuldade, um problema que quer ultrapassar. O objetivo da terapia é então clarificado, e as sugestões são dadas no sentido desse objetivo. Parece um processo simples, e verdadeiramente até é. No entanto há que ter muito cuidado no ato de dar as sugestões. Ao pretender ajudar podemos estar a criar um problema maior. A hipnoterapia deve ser feita por terapeutas certificados por escolas credíveis. Apesar de simples é uma técnica terapêutica que envolve uma grande responsabilização por parte de quem a opera. Também quero mencionar outra vertente da hipnose (talvez a mais importante), que é a auto hipnose. Se este estado pode ser induzido e conduzido por outro (o hipnoterapeuta) também pode ser conduzido por nós próprios.
Há quem diga que toda a hipnose é auto hipnose. Através da auto indução deste estado de calma, relaxamento e concentração, como que nos “desligamos” do mundo à nossa volta, das nossas vidas e preocupações, para nos permitirmos pensar em coisas boas, positivas e entusiastas. No fundo é como se pudéssemos produzir dentro de nós um filme positivo da nossa vida, sentando-nos tranquilamente a vê-lo. Relaxar é bom. Tranquilizar a mente é bom. Dizermos a nós próprios: “vai tudo correr bem” é bom. Temos essa capacidade, e deveríamos fazê-lo diariamente, para nos preparamos positivamente para o dia que chega. E se estivermos confiantes e positivos, temos mais probabilidades de transformarmos o nosso dia num dia positivo.
Fonte: Hipnose.net
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Reabilitando a Hipnose
Por Mário Quilici
Aqui falaremos de Psicologia Contemporânea, onde será abordada aquela que foi, em parceria com Freud, a mãe da psicanálise: a hipnose. Nas “Obras Completas”, o volume 1, nos deparamos com a experiência de Freud no campo da hipnose. Nesse primeiro volume onde trata-se da trajetória do pai da psicanálise, encontramos diversos artigos sobre o período em que Freud estudou e praticou a hipnose. Freud vai abandonar a hipnose já no tratamento de Isabel de R. Passa a utilizar com essa paciente, o método da coerção associativa. Descobre a dissociação da consciência. Cria então a teoria do trauma sendo que este, estaria na origem da dissociação da consciência.
Freud então abandona a hipnose e utiliza-se da coerção associativa para chegar ao trauma. Isso confirma a Freud que as coisas doloridas são esquecidas por necessidade de evitar o que é desagradável. Logo Freud descobre a resistência, pedra fundamental da psicanálise. Deixa de lado então a coerção associativa por que, conclui ele, sempre haverá de tropeçar na resistência. Surge a técnica da associação livre e, daí para a frente nasce a psicanálise.
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Por muitos anos essa conclusão freudiana deixou a hipnose relegada a um plano sem importância. Creio que por um lado a conclusão de Freud havia esgotado o assunto e não havia mais nada a ser dito e por outro, no Brasil a hipnose sempre esteve mais relacionada à circos e palcos e não à ciência. Observo que, ainda hoje, quando se fala em hipnose, temos duas reações a saber: alguns profissionais torcem o nariz com desconfiança e descrédito ou então trata-se da hipnose com certo misticismo.
Veja o Vídeo: Microterapia: Considerações sobre a fome emocional...
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A Hipnose no Brasil
Seria tolo criticar as pessoas que olham a hipnose com desconfiança. No Brasil o tema, como se disse anteriormente é tratado em palcos televisivos e de forma sensacionalista. Os hipnotizadores, na maioria das vezes, são pessoas que nem tem autorização legal para fazê-lo e violentam em público, algumas pessoas menos avisadas ou até mesmo contratadas. Os cursos sobre hipnose são de curta duração, incompletos e vendem uma imagem exagerada e mentirosa da hipnose como uma panaceia para todos os males. Não é. É uma ferramenta importante sim, mas com as limitações normais de qualquer técnica. Além disso, tais cursos que deveriam ser dirigidos por médicos e psicólogos, as pessoas legalmente habilitadas para realizar um trabalho desses, são ministrados por pessoas com outras formações a um público sem qualquer conhecimento fundamental.
A hipnose nos E.U.A.
Nos E.U.A. a hipnose é utilizada como um recurso terapêutico eficiente. Existem muitas Teses de Mestrado e Doutorado sobre trabalhos com hipnose demonstrando que é um recurso terapêutico muito eficiente. A hipnose é utilizada em tratamentos médicos como por exemplo em anestesiologia. Muitos anestesiologistas estão desenvolvendo estudos com hipnoses para diminuir a quantidade de anestesia química utilizada durante as cirurgias. Na área de odontologia a hipnose vem sendo utilizada pelos americanos ( e brasileiros) para ajudar os pacientes a reduzirem a ansiedade e o pânico. Também para analgesia e anestesia já que muitas pessoas são alérgicas à drogas utilizadas pelos profissionais de odontologia. Uma outra utilidade recentemente descrita em odontologia, mostra que uma boa técnica hipnótica pode reduzir o fluxo de sangue para a área em tratamento o que resulta numa experiência menos traumática para o paciente e mais limpeza para o dentista. Nas áreas policiais e forenses, utiliza-se também a hipnose pelos policiais de algumas cidades americanas para ajudar a diminuir o trauma de pessoas vitimadas por criminosos.
Utiliza-se ainda a hipnose para ajudar testemunhas e vítimas a recordarem-se de detalhes que lhe escapam por terem sido por demais traumatizadas e estão, por isso, impedidas de darem depoimentos. No campo educacional a hipnose também é utilizada com ampla gama de possibilidades. Um exemplo é a diminuição da ansiedade a o aumento da concentração. Hoje, muitos professores ensinam seus alunos a utilizar alguns recursos de auto hipnose para aprenderem a gerenciar a ansiedade durante as provas e aumentar suas habilidades de observação e organização de objetivos. A hipnose também é utilizada hoje em empresas e na área esportiva com objetivos semelhantes àqueles utilizados na educação com resultados significativos.
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Como se pode ver, a hipnose, na maioria dos casos, dirige-se à processos ligados à mente. Por que então excluir a hipnose da psicoterapia? A hipnose é uma ferramenta eficiente para o tratamento de alguns problemas comportamentais e emocionais. Por isso já é parte do currículo de muitas universidades americanas. Mas vale esclarecer uma coisa: Hipnose é uma ferramenta e não um processo de terapia. Por isso pode trabalhar adequadamente com qualquer abordagem teórica. Uma das vantagens de usar a hipnose na psicoterapia reside na sua habilidade de utilizar-se dos extraordinários recursos da mente inconsciente. Todos sabemos que a mente inconsciente contém os registros de todas as nossas experiências e aprendizados de vida. A hipnose permite um acesso maior aos recursos e recordações inconscientes. Além disso, com o transe hipnótico que sempre proporciona um relaxamento profundo, pode-se interromper com segurança os processos de stress, pânico e ansiedade.
A eficiência da hipnose ajudando pacientes
Com os tempos modernos, onde cada vez mais as pessoas estão procurando terapias breves ou aqueles terapias que tratam apenas do sintoma, a sugestão pode ser uma forma de ajuda ao paciente. Mas não é o único uso da hipnose. É um recurso interessante para ajudar alguns pacientes a recordarem-se de situações traumáticas de suas vidas. Muitas experiências mostram que alguns pacientes que só conseguiam falar de maneira insípida sobre determinadas situações de suas vidas, situações essas que intuímos traumáticas, mas por carecerem de colorido afetivo, parecem inconsistentes, conseguem numa regressão hipnótica, recordá-las com todo os matizes afetivos do momento em que ocorreram. Muitas vezes o que chamamos de trauma cumulativo, pode ser recordado com fidelidade desconcertante. A ideia de que o paciente esquece o que lembrou-se durante a hipnose, raramente é verdadeira. Mas se isso ocorre, pode-se sugerir ao paciente que lembre-se do que ocorreu durante o transe. Na maior parte das vezes o paciente lembra-se do que lhe ocorreu e pode, após encerrar o processo hipnótico, elaborar seu drama pessoal.
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Nota-se que, especialmente nos processos fóbicos a hipnose tem se revelado eficiente. Alguns pacientes recordam-se de situações que desconheciam ou então tinham conhecimento por que um dos pais ou outro parente haviam feito menção mas, tal recordação, não fazia parte de seu repertório de memória consciente. Entretanto, como se disse acima, a hipnose, não é uma panaceia para todos os males e por isso, tem indicações muito precisas no tratamento psicoterápico. Quando se fala em indicações precisas é necessário ter em mente que o profissional tem que ter um domínio preciso do manejo psicoterapêutico para determinar o que deseja obter com o processo hipnótico. Além disso é necessário ter conhecimentos claros sobre as técnicas de indução de transe bem como das técnicas de exploração desses estados.
É importante chamar a atenção para os cursos de hipnose que se oferecem por ai.. Devem ainda obedecer um curriculum rigoroso de onde constem: estudos consistentes sobre a história da hipnose, conhecimentos claros sobre os processos mentais ( Cs, Pcs, Ics), Conceituação, Estudos sobre a sugestionabilidade humana, dinâmica dos processos mentais, psicopatologia, fisiologia, ética e, após isso, o inicio da prática com esclarecimentos precisos sobre as técnicas de indução e utilização do transe como instrumento terapêutico.
Fonte: Psipoint
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O mecanismo da dor e a Hipnose
A dor é definida como um sentimento desconfortável que nos diz que algo está errado em nosso corpo pela AHCPR (Agency for Health Care Policy and Research). É a forma que o corpo tem de enviar um alerta ao cérebro. Nossa medula espinhal e nervos fornecem o caminho para que as mensagens vão e voltem no cérebro, indo também às outras partes do corpo. Nossas milhares de células nervosas na pele sentem o calor, o frio, a luz, o toque, a pressão e também a dor e enviam a mensagem via medula espinhal até o cérebro.
Mas existem alguns fatores que diminuem ou eliminam a dor, entre eles: o sono, os remédios, a hipnose, a meditação. O clima também influi na dor e em sua reincidência, sendo inúmeros os casos em que pessoas que tiveram acidentes, ou portadoras de artrite ou outras doenças que causam dor, que relatam sentir a mesma dor quando o tempo muda ficando chuvoso ou frio, por exemplo. É como se o cérebro tivesse uma ‘memória para dor’, que torna a voltar como da primeira vez que a dor foi sentida, quando circunstâncias ambientais semelhantes àquele dia tornam a acontecer.
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Nossa expectativa e nossa postura mental, assim como nossa sugestionabilidade diante da dor são fatores decisivos para seu controle – pessoas que ouviram histórias parecidas com as suas ‘sabem’ de antemão que sentirão dor, e realmente sentem. Enquanto que outras, que simplesmente ignoram a dor (de um parto, por exemplo), passam por ela sem maiores problemas.
O controle da dor vem sendo estudado pelos médicos, pois já foi confirmada a forte relação entre ela e a recuperação de uma doença ou de uma cirurgia. De maneira geral, a medicina reconhece que o aumento da dor está ligado à adrenalina e noradrenalina (indivíduo em estado de alerta), enquanto que a ausência de dor está ligada à endorfina (indivíduo relaxado).
Veja o Vídeo: Considerações sobre a Essência da Hipnose Clínica...
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A respiração e o relaxamento colaborando
O controle da respiração e o relaxamento colaboram de modo significativo para o controle da dor, diz Dr. Ernest L. Rossi, hipnoterapeuta ericksoniano, o que mostra que a mente e o cérebro têm uma grande participação nesse processo.
Quando um paciente vai passar por uma cirurgia, ele colabora muito mais com o médico e sua recuperação é bem mais rápida se, antes, ele é informado passo a passo do que vai ser feito e pode acompanhar as próprias alterações feitas em seu corpo.
Veja Também: A Hipnoterapia te ajuda a superar a Síndrome do Pânico, tendo uma vida mais saudável e equilibrada…
O estado de relaxamento auxilia também em casos mais sérios, quando o controle da dor não é suficiente para dispensar o uso da anestesia. É sabido que pacientes odontológicos necessitam de maior dose de anestesia quando estão nervosos do que quando estão relaxados. A meditação leva o indivíduo ao estado de relaxamento, daí seu caráter benéfico que tem reflexos no organismo.
Em geral, a dor costuma chamar a atenção de quem a possui, e essa atenção concentrada na dor só faz aumentá-la.
Fonte: eHealth Latin America
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Aplicações da Hipnose
A hipnose tem muitas indicações específicas em Psicologia, Psiquiatria e em Medicina Geral. Tirar a dor é uma das suas indicações básicas. Na verdade, como não se pode mentir ao paciente sob hipnose, a sugestão não é a de que a dor deixou de existir, mas que ela se vai transformando progressivamente numa sensação tolerável de formigamento ou de calor.
Outra área de aplicação da hipnose médica, com bons resultados, ocorre no controle das doenças psicossomáticas, tais como a asma, o colón irritável, e os problemas psicodermatológicos (como eczemas).
Veja Também: A Hipnose é uma Ferramenta Nativa da Mente
O controle dos impulsos é outra excelente área de atuação para a hipnoterapia. Ela se revelou de grande valor para o tratamento de distúrbios das condutas dependentes do controle de impulsos, tais como: as alterações de comportamento alimentar (obesidade, anorexia e bulimia); os impulsos inibidos ou exacerbados da sexualidade e a correção de suas disfunções em todas as faixas etárias; o controle do impulso do jogo; as diferentes dependências químicas, do álcool ao “crack”, passando pelo fumo.
A hipnose completando outros tratamentos
A hipnose também tem valor quando usada para complementar outras formas de psicoterapia, tais como no tratamento dos medos fóbicos, no domínio sobre os instantes de desencadeamento da doença do pânico, no controle da ansiedade e dos componentes emocionais da depressão, no controle do impulso suicida e reativação dos valores da vida, etc. Em muitos desses casos, ela é acompanhada também do uso de medicamentos apropriados (como antidepressivos).
Veja o Vídeo: Considerações sobre os resultados obtidos com a hipnose clínica...
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Os próprios médicos que utilizam a hipnoterapia reconhecem que o perigo da técnica, de fato, é o seu mau uso. Para eles, a hipnose não é uma terapia em si, mas uma boa ferramenta que ajuda a tornar o inconsciente observável e aflorar os recursos de cada paciente mais rápido para um trabalho de cura. Mas não basta só saber a teoria sobre hipnose e sobre suas técnicas de aplicação. É necessário, e é condição básica, uma boa formação em psicoterapia e em psicanálise, para saber como utilizar estas técnicas. “Por muito tempo a hipnoterapia ficou jogada ao limbo do esoterismo.
Profissionais aéticos fazem pessoas até viver e “reviver” outras vidas, formar delírios e neles acreditar; tornar a difícil vida de hoje pior ou, no mínimo, ingenuamente mergulhar numa fantasia irreal, sem chance de retorno. Esqueceram-se os pseudo-terapeutas, que, entre as incríveis propriedades desta técnica, existe a deliriogênica, capaz de transformar fantasias latentes do paciente em bem-elaborados delírios de autoreferência.”, alerta Dr. Bernik.
Fonte: eHealth Latin America
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Hipnose nos Consultórios
Hipnose invade consultório médico e cai no gosto dos pacientes
Por Luciana Sobral
A técnica vem sendo utilizada como tratamento coadjuvante de várias doenças, entre elas traumas, disfunções sexuais e depressão. Mas, os especialistas alertam: procure profissionais capacitados.
Ao contrário do que a ficção muitas vezes retrata, a hipnose não é uma técnica esotérica ou religiosa. Longe disso. Ela está cada vez mais presente nos consultórios médicos e psicológicos, atuando como coadjuvante no tratamento de diversas doenças, principalmente aquelas de fundo emocional, também chamadas de psicossomáticas.
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“A lista de enfermidades é enorme. A hipnose pode atuar no tratamento de fobias, síndrome do pânico, dependência de álcool e drogas, tabagismo, gastrite, sudorese, depressão, ansiedade excessiva, problemas sexuais, alívio da dor e até mesmo em problemas nas articulações”, explica a especialista Denise Gimenez Ramos, coordenadora do curso de pós-graduação de Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Apesar de sua eficácia ter sido reconhecida pela sociedade médica há três anos, a técnica ainda provoca certa resistência nas pessoas. “É um assunto que deixa muita gente curiosa, mas ao mesmo tempo, causa certo medo. Todo mundo se faz aquela pergunta: será que eu consigo voltar da hipnose?”, comenta o hipnoterapeuta Bayard Galvão, presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo. Segundo ele, a hipnose é uma técnica bastante segura quando aplicada por profissionais capacitados. “Não há com que se preocupar, desde que o paciente confie no especialista e que este seja treinado”, garante. Quem concorda com ele é a psicóloga Denise. “Se for utilizada por quem não entende do assunto, a hipnose pode piorar a doença”, lembra.
Veja o Vídeo: Microterapia: Considerações sobre a fome emocional...
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Definição
A hipnose é o nome dado a um conjunto de fenômenos específicos do pensamento, que deixam a pessoa em estado de relaxamento semiconsciente. O transe é induzido de maneira gradual pelo especialista, fazendo com que o paciente lembre de forma nítida pensamentos passados.
“A profundidade da hipnose vai depender de cada pessoa, podendo ela lembrar de coisas recentes ou até mesmo de situações de sua infância, que podem explicar um trauma ou doença atual. Neste último caso, o transe já se transformou em regressão, outro fenômeno hipnótico”, diz a psicóloga. Por enquanto, os estudiosos ainda não descobriram ao certo como a técnica influencia as funções cerebrais. Uma das hipóteses é a de que a hipnose mexe com os mecanismos de atenção do cérebro, localizados na parte basal (tronco cerebral). De acordo com Bayard, grande parte das pessoas consegue entrar em transe, sendo que algumas têm mais dificuldades para alcançar etapas profundas. “Para ser hipnotizado, o indivíduo precisa ser capaz de focar sua atenção”, afirma.
Experiência
Foi somente depois de seis sessões de hipnose que a advogada Alicir Aparecida Marconato, de 50 anos, conseguiu sair de um processo depressivo. “Eu chorava compulsivamente por pouca coisa, além de ficar estressada e ansiosa”, conta. “Meus médicos avisaram que todos os meus problemas de saúde tinham fundo psicológico. Então, resolvi encarar a hipnose e hoje me sinto bem melhor.”
A advogada foi aconselhada por um médico a procurar ajuda de um hipnoterapeuta. “Pensei que teria medo, mas as sessões foram muito tranquilas”, finaliza.
Fonte: Jornal Diário Popular
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Terra em Transe – A Hipnose em Tratamentos
Cresce o interesse pela hipnose, técnica usada para anestesiar e ajudar no tratamento de fobias a traumas sexuais.
Por Lia Bock
Nada de incômodas, injeções de anestesia ou longuíssimas terapias para tratar uma fobia ou controlar a ansiedade. Muitos médicos e pacientes estão substituindo essas técnicas convencionais pelo uso da hipnose, método usado desde a antiguidade para ajudar na cura de doenças.
Sob estado hipnótico, é possível induzir o indivíduo a não sentir dor durante partos ou procedimentos dentários e também ajudar pessoas a se livrarem de angústias e neuroses de forma mais rápida. A utilização da técnica está despertando tanto interesse que o Conselho Federal de Psicologia foi obrigado a regulamentar seu uso, há um ano. A entidade seguiu o exemplo dos Conselhos de Medicina e de Odontologia, que já endossaram a técnica há mais tempo. O objetivo é garantir que a hipnose – segura e eficaz – seja aplicada corretamente e por profissionais qualificados.
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A iniciativa é compreensível. Afinal, a hipnose é uma técnica bastante séria que age em uma área pouco conhecida do ser humano – a mente. E ainda não se desvendou completamente sua forma de ação. O que se sabe é que o método altera o padrão de consciência, facilitando o afloramento de conteúdos existentes, mas que não estão presentes em estado consciente. Para que isso aconteça, é preciso haver uma indução, feita pelo profissional. A maioria utiliza a própria voz para dar os comandos e alguns usam o pêndulo, objeto símbolo da hipnose. Seu movimento contínuo e lento ajuda o indivíduo a se concentrar e a ficar sob hipnose. Essa indução não é mágica. Ela é resultado de uma técnica apurada aplicada pelo hipnotizador.
O transe nada tem a ver com relaxamento. Na hipnose, o movimento cerebral é intenso, enquanto no relaxamento há uma diminuição da atividade dos neurônios. Com o paciente hipnotizado, o profissional dirige o raciocínio do indivíduo de acordo com a finalidade do tratamento. Se o objetivo for anestesiar, o médico estimula o paciente a evocar uma sensação de anestesia já registrada no cérebro. Pede, por exemplo, que o indivíduo se lembre do que sentiu quando ficou com a mão dormente. A partir dos comandos do hipnotizador, essa sensação é transferida à região a ser tratada – a boca, por exemplo, nos casos de procedimentos dentários. Mas a forma como esses pensamentos se traduzem em estados físicos – não sentir a dor, por exemplo – ainda não está esclarecida. Atingido o objetivo, o profissional realiza o trabalho. Para manter o paciente hipnotizado, é necessário que ele seja estimulado o tempo todo. Caso contrário, o transe acaba.
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Substituindo a anestesia
Uma das utilizações mais comuns da hipnose tem sido substituir a anestesia. Já há partos sendo realizados com a ajuda do método, mas a técnica é mais frequente nos consultórios dentários. É uma alternativa para quem tem medo de injeção, gestantes e outras pessoas que não podem ter contato com os anestésicos. Em alguns casos, ela é usada até para acalmar os mais medrosos. “Uso o método para fazer com que pessoas que sofrem por causa do barulhinho do motor não o escutem”, conta o dentista e cirurgião buco-maxilo-facial Cláudio Antônio Gargione, professor da Universidade de São Paulo. Gargione usa o método há 14 anos e se especializou na utilização da técnica para o atendimento a pacientes com distúrbios mentais e portadores de paralisia cerebral.
O estudante Ricardo Vilar, 20 anos, contou com a ajuda de Gargione ao ser submetido a uma cirurgia para corrigir o nariz fraturado realizada sob estado hipnótico. Não que tivesse optado por isso, mas em virtude de uma casualidade. Ricardo fraturou o nariz em uma briga. Mas era noite e o anestesista do hospital procurado não estava disponível. Foi então sugerido por Gargione, que faria a operação, que se usasse a hipnose. O estudante e sua família ficaram receosos, mas resolveram tentar. O dentista chamou o hipnólogo e amigo Fábio Puentes, conhecido por demonstrações na tevê, para ajudá-lo. Com mais de 40 anos de experiência, Puentes se responsabilizou pela hipnose e Gargione pela cirurgia. Vânia Vilar, mãe de Ricardo, admite que não acreditava na eficácia do método. Mas tudo correu bem. “Lembro-me de tudo. Estava acordado, mas não sentia dor. Meu nariz estava realmente anestesiado”, disse Ricardo.
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Uso da técnica em vários tratamentos
Na Universidade Federal de São Paulo, especialistas usam a técnica para auxiliar no combate à dependência de cigarro, no controle de tiques nervosos, na diminuição do stress e no tratamento de traumas sexuais. Nesses casos, a hipnose ajuda o paciente a modificar uma determinada forma de pensar ou a identificar bloqueios relacionados aos problemas. Não é por acaso que um dos melhores resultados obtidos com a ajuda do método é no tratamento do vaginismo absoluto psicogênico. A doença atinge mulheres que, mesmo sem apresentarem impedimentos orgânicos, não conseguem permitir a penetração do pênis durante o ato sexual. “A técnica auxilia essas pacientes a encontrar a origem da dificuldade e, aos poucos, superá-la”, explica Osmar Colás, coordenador do Grupo de Estudos de Hipnose da universidade paulista.
Em geral, os resultados aparecem depois de seis sessões. Essa rapidez é uma das razões que explicam o aumento do interesse pela técnica, em especial na psicologia. A maioria dos pacientes do psicólogo e hipnoterapeuta Bayard Galvão, de São Paulo, por exemplo, recebe alta entre a quinta e a vigésima sessão. “A hipnose acelera o processo da psicoterapia. No transe, o paciente se concentra nos pensamentos que interessam para a terapia. É um pensar específico”, explica Galvão. De acordo com o psicológo, a técnica é eficiente no tratamento de fobias, síndrome do pânico e outros distúrbios psiquiátricos. No entanto, o método também auxilia no tratamento de problemas mais comuns, como desentendimentos familiares e conflitos pessoais.
A designer de jóias Maria Aparecida Gomes, 40 anos, submeteu-se à hipnose para tratar a angústia gerada pelo fato de ter de se dividir entre o trabalho e a filha pequena. “Sofria muito. Quando estava em casa, achava que deveria estar trabalhando, e, quando estava na loja, a consciência pesava por largar a minha filha”, lembra. Foram necessárias apenas cinco sessões para que Maria Aparecida controlasse a ansiedade. Ela não mudou a rotina, mas aprendeu a lidar com a situação.
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Por enquanto, ainda não se conhece o total de profissionais que utilizam o método. Mas no Brasil não há cursos de especialização em hipnose nas universidades, e os profissionais têm que recorrer a cursos extracurriculares para se tornarem capazes de aplicar o método. Por isso, todo cuidado é pouco na escolha de um profissional que utilize a hipnose. As entidades que congregam médicos, dentistas e psicólogos sugerem que os interessados verifiquem nos respectivos conselhos o registro do profissional e procurem conversar com quem já tenha se tratado para se assegurar da qualidade e seriedade do escolhido. O psicólogo catarinense Álvaro Aguiar, que já utilizou a técnica, teme que o crescimento do interesse pelo método resulte em prejuízo para o paciente. “Hoje, há profissionais que fazem cursos de 50 horas e se dizem hipnoterapeutas. É preciso um treinamento mais sério para que a hipnose seja aplicada de maneira correta”, afirma. O psicólogo não duvida da eficácia da técnica. “Ela realmente funciona e defendo seu uso para casos específicos, como perda de memória, nos quais outras técnicas não obtiveram sucesso”, explica.
Da Magia à Ciência
Nas culturas antigas, a hipnose era usada na cura de doenças. Sua utilização era impregnada de magia e misticismo. No final do século 18, o método passou a ser investigado pelo médico austríaco Franz Mesmer. Para explicar o que ocorria, ele primeiro afirmou a existência de um fluido magnético dos corpos celestes e, depois, de um magnetismo humano. Mas seu trabalho foi desvalorizado pela comunidade científica, que creditou à imaginação do paciente o que Mesmer dizia vir do magnetismo.
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Foi o médico inglês James Brad que no século 19 cunhou o termo hipnose. Ele vem do grego hypnos, que simbolizava o deus do sono na mitologia grega. Brad logo se arrependeu do nome, pois percebeu que a hipnose era justamente o oposto do sono, já que se caracterizava por intensa atividade mental. Durante anos, a técnica ficou esquecida. Só em 1889, com o I Congresso Internacional de Hipnotismo Experimental e Terapêutico, ela voltou a ser respeitada. Nesse congresso, estava o jovem psiquiatra Sigmund Freud. Considerado o pai da psicanálise, ele chegou a utilizar o transe no tratamento de pacientes, mas logo abandonou a técnica. No início do século 20, o psiquiatra americano Milton Erickson demonstrou que a hipnose é um fenômeno natural da mente, teoria aceita até hoje.
Fonte: Revista Isto É
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