Hipnose e redução da dor
Estudos com imagens do cérebro
investigam a redução da dor pela hipnose.
Apesar de que a hipnose comprovadamente reduz a percepção da dor, ainda não está claro como a técnica funciona. Identificar uma explicação sólida e científica para o efeito da hipnose poderia aumentar sua aceitação e o uso desta opção segura de redução da dor em ambientes clínicos.
Pesquisadores da Universidade de Iowa, Roy J. e Lucille A. Carver, bem como o Colégio de Medicina e a Universidade Técnica de Aachen, Alemanha, usaram a técnica de Ressonância Magnética funcional (functional magnetic resonance imaging – fMRI) a fim de descobrir se a hipnose altera a atividade do cérebro de uma maneira que poderia explicar a redução da dor. Os resultados foram publicados na edição de novembro-dezembro de 2004 da revista Regional Anesthesia and Pain Medicine. O título original do artigo é: Clinical hypnosis modulates functional magnetic resonance imaging signal intensities and pain perception in a thermal stimulation paradigm, de Schulz-Stubner S, Krings T, Meister IG, Rex S, Thron A, Rossaint R.
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Reduzindo a dor
Os pesquisadores descobriram que os voluntários sob hipnose experimentaram uma significativa redução da dor em resposta a um calor doloroso. Eles também apresentaram padrões de atividade cerebral distintivamente diferentes em comparação a quando não estavam hipnotizados e experimentaram o calor doloroso. As mudanças na atividade cerebral sugerem que a hipnose de alguma maneira bloqueia o sinal da dor, impedindo-o de chegar às partes do cérebro que percebem a dor.
“A maior descoberta de nosso estudo, que usou a técnica de fMRI (Ressonância Magnética funcional – functional magnetic resonance imaging) pela primeira vez para investigar a atividade cerebral sob hipnose para a supressão da dor, é o fato de que vemos uma atividade reduzida nas áreas da rede da dor e uma maior atividade em outras áreas do cérebro sob hipnose”, disse Sebastian Schulz-Stubner, M.D., Ph.D., professor assistente de anestesia e o principal autor do estudo. “A maior atividade pode ser específica para a hipnose ou pode ser não específica, mas a hipnose definitivamente faz algo para reduzir a entrada do sinal da dor na estrutura cortical”.
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A rede da dor funciona como um sistema de interruptores, com um sinal de dor que se origina num nervo periférico indo daí para a medula espinhal, onde a informação é processada e passada para o tronco do cérebro. De lá, o sinal vai para a região cerebral mediana e finalmente para a região cortical do cérebro que lida com a percepção consciente de estímulos externos como a dor.
O processamento do sinal da dor através das partes inferiores da rede da dor mostraram-se o mesmo nas imagens cerebrais tanto de indivíduos hipnotizados quanto de não hipnotizados, mas a atividade no nível superior da rede, que seria responsável pelo “sentimento” da dor, foi reduzida sob hipnose.
Sob hipnose, a Ressonância Magnética funcional (functional magnetic resonance imaging – fMRI) mostrou que a atividade cerebral foi reduzida nas áreas da rede da dor, incluindo o córtex sensorial primário, que é responsável pela percepção da dor. Os estudos demonstraram também um aumento na ativação de duas outras estruturas do cérebro: o córtex do cíngulo anterior esquerdo e os gânglios basais.
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Os pesquisadores especulam que a atividade aumentada nestas duas regiões podem fazer parte de um caminho de inibição, não permitindo que o sinal da dor chegue às estruturas corticais superiores responsáveis pela percepção da dor. Entretanto, Schulz-Stubner notou que mais imagens detalhadas de fMRI (Ressonância Magnética funcional – functional magnetic resonance imaging – fMRI) são necessárias para identificar definitivamente as áreas exatas envolvidas na redução da dor induzida pela hipnose, e espera que as máquinas na nova geração de fMRI poderão ser capazes de fornecer mais respostas.
“Em termos práticos, para uso clínico, este estudo ajuda a dissipar o preconceito sobre a hipnose como uma técnica para gerenciar a dor por que podemos mostrar uma objetiva e mensurável mudança na atividade cerebral ligada a uma reduzida percepção da dor”, acrescentou.
Fonte: AScribe Newswire
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