Apesar de que os peritos discutem a exata definição de hipnose, eles concordam que esta envolve concentração intensa, relaxamento aumentado e sugestibilidade aumentada…
Parece que a hipnose esteve presente por quase todo lugar durante os últimos séculos: no palco com atores balançando relógios, nos divãs com pacientes de psicanálise e em filmes, livros e até mesmo em desenhos animados. Mas um lugar em que a hipnose não entrava era o laboratório de ciência. Isso até agora.
A antiga e controversa prática de induzir um estado de transe através da sugestão está recebendo uma moderna transformação por cientistas armados com as últimas ferramentas e técnicas de imagens do cérebro. Estes pesquisadores estão começando a oferecer evidência de que, pelo menos neurologicamente, a hipnose é absolutamente real.
“Faz sentido estarmos usando ferramentas modernas de pesquisa em neurociência para compreender um fenômeno fascinante“, afirma o Dr. David Spiegel , psiquiatra da Universidade de Stanford. “É bom para a hipnose e é bom para a neurociência.”
Desde o início a técnica esteve envolta em controvérsias.
Os céticos tem afirmado que o assim chamado fenômeno nada mais é do que o desempenho de papéis sociais e seu uso na medicina simplesmente outra forma do efeito placebo. O seu emprego na psicoterapia foi desafiado, particularmente à luz de afirmações de que esta poderia ser usada para implantar falsas memórias. E a ideia, esposada por alguns hipnotistas, de que a hipnose envolve um estado alterado de consciência conhecido como “transe,” apenas serviu para tornar a hipnose ainda mais questionável.
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Apesar de que os peritos discutem a exata definição de hipnose, eles concordam que esta envolve concentração intensa, relaxamento aumentado e sugestibilidade aumentada. Em 2000, Spiegel e outros conduziram experimentos que envolviam experiências de percepção e sensórias que demonstraram alguns dos efeitos que a hipnose produz no cérebro.
No estudo de Spiegel, voluntários — alguns hipnotizados, outros completamente alertas — viam figuras em cores e em escalas de cinza. Quando hipnotizados, era dito aos voluntários que eles veriam figuras em cores, e as regiões do cérebro envolvidas no processamento visual das cores foram ativados, mesmo se os voluntários estivessem na realidade vendo as figuras em escalas de cinza. E quando aos voluntários hipnotizados se dizia que veriam figuras em escalas de cinza, a ativação das regiões de processamento de cores diminuía, não importando qual das figuras fosse mostrada.
Sugestão hipnótica
Muitos estudos também demonstraram que a sugestão hipnótica pode produzir mudanças nos centro de processamento de dor no cérebro. Tais pesquisas demonstraram que quando pessoas estão hipnotizadas antes de procedimentos dolorosos, as áreas em seus cérebros que processam a dor estão menos ativos.
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“Quando se usa a hipnose para alterar a percepção, a experiência subjetiva é alterada em mudanças mensuráveis somente na parte direita do cérebro,” disse Spiegel. “Quando as pessoas dizem que estão sentindo menos dor, elas realmente estão sentindo menos dor.” Ele continua: “Isto fornece evidência objetiva de que a hipnose é real.”
Mas os cientistas ainda não possuem o que seria a decisiva validação deste tipo de pesquisa: Uma assinatura neurológica distinta da hipnose. Até agora tem sido difícil separar os efeitos da sugestão hipnótica daqueles da sugestão apenas. Os pesquisadores precisam também distinguir entre as estruturas cerebrais que tem uma função na hipnose daquelas que estão meramente envolvidas nas tarefas perceptivas que os voluntários estão realizando nestes estudos.
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No entanto, estão começando a fazer algumas observações fascinantes, particularmente no córtex pré-frontal, a região do cérebro responsável pelas funções assim chamadas administradoras: integração do trabalho de outras estruturas cerebrais, tomada de decisão, e, talvez mais relevantemente, o ajuste da atenção. Os pesquisadores há muito notaram que a hipnose pode ser caracterizada como uma forma de atenção extrema, estreitamente focada.
Alguns pesquisadores descobriram que áreas no córtex pré-frontal (particularmente o córtex cingular anterior, que parece estar envolvido com a atenção, a detecção de erros e a solução de conflitos) mudam seus padrões de ativamento durante a hipnose.
Os cientistas esperam que na medida que mais estudos ajudem a reconhecer as estruturas cerebrais envolvidas na hipnose, o fenômeno se tornará um foco de pesquisa mais popular (e aceitável), especialmente por que tal trabalho poderia ajudar a lançar uma luz em outros fenômenos neurológicos.
Fonte: Seedmagazine.com
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