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Adolescência e Proibições | Entrevista com Dr. Odair Comin

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Entrevista sobre Adolescência e suas proibições com o *Dr. Odair J. Comin concedida ao Portal Vila Mulher para a jornalista Flavia França.

1. Em Uberaba, uma adolescente de 16 anos foi barrada na porta da escola por ter pintado o cabelo de azul. Como um adolescente pode agir depois de uma repreensão tão drástica?

OJC: Sem se ater exatamente à postura da escola, e sim aos nãos e impedimentos que recebemos o tempo todo das pessoas ao nosso redor, e sociedade. Diria que esse tipo de postura, tal adolescente irá encontrar por diferente momento da vida, mas isso não deve impedi-la de pintar seu cabelo da cor que desejar. Ou de qualquer outra manifestação, desde que não fira a si mesmo, nem o outro, nem a natureza.

Por outro lado, é preciso saber que existem regras e que na medida em que são estabelecidas devem ser seguidas, pois servem a todos. Não conheço as regras da escola, mas não acredito que tal manifestação fira o decoro da mesma.
Para a adolescente do cabelo azul, está não será a última vez que alguém dirá o que deve ou não fazer, que alguém terá preconceito por seu cabelo, sua tatuagem, seu piercing, sua cor, seu comportamento. Contudo, o que o outro pensa diz respeito a ele, portanto, não mate a alegria dentro de si, porque a tristeza não suporta seu sorriso. Continue, siga seu caminho, seus objetivos, seus sonhos. O mundo precisa de pessoas que tenham atitudes, que inovem, que vão além do lugar comum. Não direi que será fácil, mas direi que será possível.

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2. Com a chegada da adolescência, os jovens querem pintar o cabelo, fazer tatuagem e etc. Mas como pais deveriam lidar com essa fase?

OJC: Os pais devem conversar com seus filhos. Procurar entender as razões pelas quais o adolescente se pauta para fazer tal mudança. Repreender é apenas uma forma de tentar eliminar um sintoma, mas para todo sintoma existe uma causa. E é nela que precisamos nos ater. A partir dessa compreensão dos porquês, é possível dialogar buscando mostrar pontos positivos ou negativos de tal mudança ou mesmo as consequências.

Pelo fato de estar passando por diferentes transformações, o adolescente não sabe muito bem como lidar com essa fase. Por isso o papel dos pais permanece importante, como um mediador dessas mudanças. Com a intenção de fazer com que o filho possa ver além do que vê, possa pensar com argumentos mais ricos daqueles que ele tem no grupo, ou “tribo” que ele faz parte.

A rebeldia do adolescente é algo inerente a idade, e diria que é saudável, é bom que se rebele, que queira construir sua identidade, conquistar sua liberdade, eles estão brigado por algo que desejam, que acham ser o melhor. Dificilmente farão isso para afrontar os pais ou a sociedade. Contudo, fazem isso para testar seus limites, querem saber até onde os pais e a sociedade permitirão que ele vá. O adolescente precisa ter essa noção, e espera que lhe falem.

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Assim como os pais também precisam manter-se no papel de pais. Fazer o contra ponto dessa rebeldia. Tal postura, por vezes até mesmo rígida é que ira estabelecer os limites necessário para que o adolescente amadureça forte e independente. Acaba por ser um jogo, onde os pais irão segurar e soltar; ampliar e delimitar espaço, tudo isso de forma equilibrada.

3. Até quando dá para os pais proibirem tais práticas?

OJC: Talvez não seja uma questão de proibir, e sim de conversar sobre o assunto com diferentes pontos de vista. Os pais não deveriam ser tão reducionistas a ponto de simplesmente proibir. Apenas proibir é escolher o caminho mais fácil, é retirar-se do papel de pai educador e dar ligar ao pai tirano. Faz-se necessário sentar com o filho para conversar. Talvez a maioria dos problemas e rebeldias acontecem, porque os pais não conseguem sentar-se com os filhos. E isso, na maioria dos casos é mais simples do que se imagina. Aprenda a ouvir seu filho, é provável que se surpreenda e reveja seus conceitos.

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4. Existe um porque dos adolescentes gostarem de querer ‘mudar’ o corpo?

OJC: O mais provável e mais frequente é a aceitação. Por vezes para fazer parte de um determinado grupo, onde existe uma padronização de comportamentos. Que pode estar na vestimenta, na tatuagem, na cor do cabelo, no estilo. Se a mudança for física, é mais a auto aceitação. Nesse caso um descontentamento consigo mesmo.
Por outro lado, eles desejam chamar a atenção. Seja dos pais ou da sociedade. É nesse momento que os pais devem atuar, se querem sua atenção, veja isso como uma oportunidade, pois este é o momento para os pais prestarem atenção e entender o que está acontecendo.

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5. Como os pais devem podem superar a ‘superproteção’? Como os adolescentes se sentem e lidam quando são superprotegidos?

OJC: Primeiramente é preciso entender que pais e filhos são instâncias separadas. A mãe superprotetora acredita que o filho faz parte dela, como se fosse algo único. Nisso nota-se uma certa loucura, pois a mãe não consegue fazer a emancipação. A superproteção é amputar o filho, é retirar-lhe o direito de ser, de existir. A superproteção é crueldade, é como dizer: “filho, não viva, a mãe vive por você”. “filho, não faça, a mãe faz por você”… E os exemplos se multiplicam.

Para vencer este mal disfarçado de bem, é necessário dar um passo atrás. “Filho, a mãe está aqui, mas vai lá, você consegue”. “Filho, você é capaz de fazer por você mesmo”. É preciso descer do pedestal da prepotência, de subestimar a capacidade do filho. De achar que ele não conseguirá sem sua ajuda. Sim, ele consegue e certamente te deixará orgulhosa.

Dê um passo atrás, indique caminhos, mas deixe que ele trilhe por si mesmo. Que tropece, que caia, que se levante, que se canse, que descanse. Que tenha dificuldades, que supere, que chore, que sorria, que sinta dor, que sinta prazer. Viva e deixe-o viver.

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6. Quais seriam as suas dicas profissionais, para melhorar o relacionamento dos pais e filhos adolescentes, sem que o filho desobedeça o pai e o pai compreenda melhor o filho sem ser um tirano?

*Dr. Odair J. Comin
Psicólogo Clínico, Especialista em
Hipnoterapia e Escritor.

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