10 Sinais que indicam Ciúme
Reflexões sobre o ciúme, essa emoção que por vezes toma o lugar do amor e deixa um gosto amargo em seu mundo interno. Confira a lista dos 10 Sinais que indicam Ciúme
1º Sinal: Ciúme e Insegurança
A insegurança normalmente é sustentada pelo medo. Medo de perder, medo de ser traído. A insegurança que traz o ciúme pode ter sido gerada no passado. Por vezes com experiências próprias, por vezes por exemplos de pessoas próximas, como pais ou amigos. A insegurança pode aparecer nas pequenas coisas, vêm como uma necessidade de estar no controle. Um controle que não é possível, um controle inalcançável. Pois se deseja controlar algo externo, quando na verdade só é possível um domínio interno. A verdade é que libertar-se dessa sensação é um passo importante para a felicidade na relação. As respostas estão dentro de cada um.
Antídoto: descubra suas riquezas internas, suas belezas internas. Potencialize sua autoestima.
Dicas: olhe para dentro de si, busque referências no seu passado. Tente entender sua insegurança. De onde ela vem? Será que é realmente sua? Ou foi aprendida por experiências alheias? Conhecer de onde vem seus sentimentos é o primeiro passo para iniciar um processo de mudança.
2º Sinal: Se comparar com o outro o tempo todo
Toda vez que você se compara com alguém, você só tem referências do outro, não de si mesmo. Comparar-se com o outro não diz nada sobre você. Portanto, comparar-se é atitude que em nada o beneficia. Toda a comparação deve ser feita consigo mesmo. Isso te mantém em constante movimento, isso te faz evoluir. Ontem melhor do que hoje e mantendo um melhorar contínuo. Olhe mais para si, perceba-se mais. Na medida em que isso acontece, por certo se torna mais atrativo. Se você quiser atrair borboletas, construa um jardim. E as flores serão plantadas dentro de você. Para atrair a pessoa que ama a estar sempre próxima, torne-se atraente. Traga a tona o melhor de si.
Antídoto: torne-se agradável, torne-se amável. Torne-se alguém que é facilmente “gostável”. Torne-se irresistível e assim a pessoa amada não quererá sair de perto de você.
Dicas: faça coisa que você gosta, isso te dá prazer, te faz bem. As pessoas adoram estar perto de pessoas alegres, de bem com a vida.
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3º Sinal: Interrogar demasiadamente
Porque essa necessidade de perguntar, de tudo saber. Tantos detalhes, tanta precisão nas descrições. Quando se começa a perguntar demasiadamente se produz tensão. Fica claro a desconfiança. Por vezes quando tentamos olhar algo de muito perto, perdemos a imagem do todo. Perdemos uma percepção mais ampla. Então tudo é focado para algo específico e perde-se o que realmente importa. O amor precisa sentir-se livre. Ama-se porque existe um querer, existe um prazer nessa relação, nesse sentimento. A sabatina coloca o outro em um lugar desconfortável, em um lugar onde não gostaria de estar. Transforma o amor em obrigação. Você precisa me falar, precisa me dar satisfação. O amor entrega livremente e entrega o que se sente livre para entregar. O que lhe dá prazer entregar. A obrigação sufoca o amor, o asfixia por certo.
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Antídoto: um amor apenas vale a pena quando existe confiança. Olhe com atenção, olhe para quem realmente é seu parceiro ou parceira. E mediante o que você enxerga, decida se é possível confiar.
Dicas: abra um espaço para compartilhar livremente, crie uma forma para que o outro se sinta confortável em compartilhar seu dia, suas experiências, suas vivência diárias. Se algo te chatear, converse, mas fale com tranquilidade, com prudência, fale como alguém que ama.
4º Sinal: O ciúme a a busca por vestígios
O senso comum diz que quem procura normalmente acha. E o que foi achado, nem sempre tem a ver com a verdade ou com a realidade. Por vezes o que achamos tem mais a ver com nossa crença. Por acreditar que existe algo para ser achado, elegemos sinais que para nós são provas de que estávamos certos. Os sinais estão muito mais em nossa mente do que no real. Desta forma damos um valor que o sinal não tem, tudo para comprovar que estávamos certos. Isso porque tudo já estava decidido na mente, e não importa o que o outro diga ou faça, a crença nos cega, nos deixa prisioneiros dos próprios pensamentos e sensações.
Antídoto: use o tempo junto da pessoa que você ama para alimentar o amor, e não para alimentar o ciúme. Essa é uma escolha que precisa ser feita todos os dias.
Dicas: sua conexão precisa ser com o real, você precisa ter provas concretas de algo. Do contrário, não passará de suposições que envenenam a relação.
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5º Sinal: Investigar e-mail, celular do outro
A tecnologia nos mantém conectados, a tecnologia nos torna cada vez mais transparentes. E isso é um prato cheio para investigadores de plantão. Contudo, por mais exposição que este ambiente ofereça, deixamos apenas partes de nós, fragmentos de nossa vida, nossos comportamentos. Fragmentos da forma de pensar, de agir. O que fez? Onde foi? Com quem foi? E para alguém com ciúmes, fragmentos se tornam o todo. Bastam pequenas partes para que a imaginação crie fantasias que se descolam em muito do real. Portanto, é preciso muita prudência para avaliar tudo o que se escreve ou se mostra no mundo virtual. Por certo você não precisa empreender essa invasão com quem você ama.
Antídoto: respeite a privacidade do outro, isso é fundamental para um relacionamento saudável. O amor precisa de espaço para existir, precisa de espaço para se movimentar. Do contrário ele morre.
Dicas: use sua curiosidade para saber mais sobre quem você ama perguntando a ele. E se por acaso descobrir algo estranho, converse. Se caso identifique algo que te chateou, converse. Deixe o outro saber que aquilo te machuca, e deixe o outro fazer os movimentos livremente.
É certo que o ciúme é a sombra do amor, até aí tudo bem.
O problema é quando a sombra ofusca a luz
6º Sinal: Querer saber cada passo do outro
Por vezes temos dificuldades de nos colocar no lugar do outro. Mas se você por um momento imaginar que está sendo vigiado o tempo todo por alguém, como se sentirá? Ser vigiado não é algo de que gostamos. Todos querem ter seu momento de privacidade, querem sentir-se livres. E na medida em que se quer saber muito sobre o outro, perde-se o foco em si mesmo. Esquece-se de si mesmo, comete-se um autoabandono. E na medida em que você se abandona, começa a se tornar menos interessante para o outro. Ou seja, um tiro no pé do próprio relacionamento.
Antídoto: Aprenda a vigiar seus próprios pensamentos, vigie suas emoções, vigie a si mesmo. Autorevise suas crenças, suas verdades, seus objetivos de vida. É isso mesmo o que você quer?
Dicas: crie um espaço saudável para o casal dialogar. Permita que o outro dê a sua própria versão dos fatos, própria versão do seu dia a dia. Sem cobranças, sem obrigações. Isso torna a relação mais leve.
7º Sinal: Acusar de infidelidade sem razão
As emoções por vezes nos cegam e, quando isso acontece, liberamos uma energia desgovernada. A emoção nos comanda e quando é ela a comandar você se torna refém. A lucidez fica sem espaço, a razão não aparece. As virtudes não conseguem se manifestar. Pensar antes de falar é o que nos pede a prudência. Analisar com critério é o que pede a lucidez. Um olhar mais amplo, olhar o quando, o como, e o porquê, é o que pede a razão. Acusar sem conhecimento mais amplo é abrir mão de tudo o que poderia te salvar. E se você não é capaz de salvar a si mesmo, quem poderá?
Antídoto: tenha informações de fontes seguras. Obtenha informações por si mesmo. Suposições nem sempre têm fundamentos e sem eles a suposta realidade se dissolve. Busque fatos reais.
Dicas: propicie uma relação transparente, uma relação pautada em verdades, em respeito. Assim fica mais fácil o outro se manifestar e dizer o que precisa ser dito. Dizer o que deve ser dito.
8º Sinal: Tolher a liberdade do outro
Prisão e amor não combinam. A primeira é uma imposição, o segundo um oferecer. Quando se tenta suprimir a liberdade de quem se ama, tenta-se tomar posse da vida do outro. Uma propriedade que por certo não te pertence. Você pode desfrutar desse bem, mas jamais terá a posse ou propriedade. O outro precisa querer estar ali, precisa livremente continuar ao seu lado. Precisa sentir-se a vontade, precisa saber que pode ir embora a qualquer momento, mas prefere estar e permanecer ali, ao seu lado. Amor é escolha, e que bom que se escolheram, que prazer estar ao seu lado. Contudo, que sofrimento precisar estar ao seu lado, obrigar-se a estar com alguém.
Antídoto: deixe quem você ama livre, para que livre ele escolha você.
Dicas: o amor não precisa de chaves porque tem acesso livre. Aquele que diz “você tem as chaves do meu coração“, pode em algum momento querer de volta as chaves ou mesmo querer te trancar dentro dele. Melhor é dizer “em meu coração tens acesso livre”.
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9º Sinal: Implicar com amizades do sexo oposto
O medo de perder está sempre presente naquele que vê o outro como sua propriedade. Só tenho medo de perder aquilo que me pertence, aquilo que sou dono. E neste caso perder para alguém mais bela, mais belo do que eu. Mais interessante, mais atraente. As figuras do mesmo sexo são uma ameaça à mim. Podem roubar minha propriedade. Quando não confio em mim, é comum não confiar no outro. Independente do gênero, há diferentes formas de amor e nós nem nos bastamos a nós mesmos, nem uma única pessoa nos bastará por completo. E na medida em que temos diferentes relações para alimentar as diferentes formas de amor, nos sentimos mais completos. E por certo preenchidos conseguimos estar mais completos para aquela pessoa que é especial, que direcionamos um tipo de amor que é único. Que é a junção de todos os amores, que é aquela pessoa que amo.
Antídoto: confie em si e conquiste o seu espaço. Crie valor para si, seja importante para quem você ama.
Dicas: permita-se conhecer os amigos do parceiro, faça parte do mundo deles. Mas faça isso com elegância, com sutileza, com respeito, com verdade. Não combata os amigos de quem você ama como se fossem seus inimigos. Torne-se também amigo dos amigos de quem você ama.
10º Sinal: Perder o controle emocional
Na medida em que se perde o controle emocional, é porque já se abriu mão da razão. Abriu-se mão da lucidez. Onde há escuridão não tem como enxergar a realidade tal como ela é. A única possibilidade de colocar luz em seus pensamentos é por meio da razão e a razão se alimenta do real. Quando se perde o controle, abandona-se o próprio centro e você deixa de ser um humano pensante para torna-se um animal regido apenas pelos instintos: o mais primário, o mais bruto e cruel. É o que há de mais distante do amor. A perda do controle emocional e o amor estão em lados opostos, e apenas dão a impressão de se encontrarem na patologia, no sofrimento. A realidade não os colocará juntos jamais.
Antídoto: mantenha-se no seu centro, mantenha sua lucidez sempre ativa. Busque sempre auxílio da razão e das virtudes.
Dicas: na medida em que se perceber fora do controle, dê um passo atrás. Não avance, recolha-se em si mesmo. E em outro momento, quando recobrar a lucidez, só então compartilhe seus pensamentos, compartilhe suas emoções com a pessoa amada. Recobre antes sua humanidade para falar de coisas tão humanas, para falar de amor.
A Cereja do Bolo
Uma relação que não é pautada em verdades não merece continuar. Não faz sentido continuar. Uma relação que não é pautada pela confiança, que sentido tem? Ouvimos que o amor está muito ligado ao sofrimento, e que as pessoas sofrem por amor, mas talvez sofram muito mais por não saber o que é o amor. Por não saber como ele deveria ser, como deveria se manifestar, se apresentar aos amantes. O amor gera sofrimento quando a dor é gerada por sentimentos que invadem seu espaço e causam os estragos. Não é o amor que dói, que faz sofrer, antes sim todos as emoções, comportamentos, posturas que se trazem para a cena do amor, para o espaço sagrado da relação. Emoções como ciúme, medo, raiva. Posturas como insegurança, baixa autoestima, desconfiança. Comportamentos como a mentira, o desrespeito e tantos outros. Portanto, na medida em que o casal estiver verdadeiramente comprometido um com o outro, eles cuidarão do seu amor, o preservarão, o alimentarão dia a dia. Um amor fortalecido preenche espaços, um amor forte se torna imune por ele mesmo, se autoprotege e por certo imuniza o casal.
Odair J. Comin
Psicólogo Clínico, Hipnoterapeuta e Escritor.
Autor do livro: “Mestre das Emoções”
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